quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Segredos da Lua

No céu a lua encantava meus olhos que cansados já não a admiravam com o entusiasmo que merecia.  Ela havia encantado minhas noites e meus mais lindos sonhos. Iluminou aquele rosto que me admirava em silêncio, e navegava em meus desejos sem pedir permissão. Mais uma noite acabava em suspiros de saudade precoce, saudade sem conserto antes de uma semana. Talvez aqueles dias todos passassem rápido, ou talvez desfilassem pacientemente como o casal de tartarugas que admiramos dias atrás. As ondas sorriam tanto quanto nós, e já sentiam falta daquelas palavras sussurradas que dançavam com o vento, inconscientes. Meus olhos fitavam os teus, que a poucos centímetros estavam dos meus, brilhavam e me encantavam cada vez mais, e no rádio uma música dizia, mais ou menos assim: ‘Não chores morena se à noite sinuela, povoar de estrelas teu meigo sonhar, E quando enxergares a estrela cadente, é meu sonho insistente a te cortejar’. Meu coração acelerava, a despedida se aproximava, e nenhum de nós desejou tal sofrimento. Queríamos mais horas juntos, mais abraços, mais tardes onde ninguém precisasse falar nada e em que pudéssemos escutar apenas a batida dos nossos corações. Desejávamos mais palavras, mais declarações, mais beijos e mais aquilo tudo que durava sempre, tão pouco tempo. Por fim não houve saída, te abandonei, mas deixei um pouco de mim contigo, era sempre assim, não conseguia sequer olhar para trás. Era sempre como se fosse um para sempre ou nunca mais, tamanha saudade e tamanha vontade de estar perto de ti.