segunda-feira, 20 de junho de 2011

Sonho Intímo

Não quero mais segredos, nem ter medo de contá-los
Quero apenas sentir teu corpo se aproximando do meu
E teus olhos me devorando em silêncio
Sem mistérios e nostalgias pra complicar o meu prazer

Eu quero tardes de sossego e calmaria
De mil promessas e constantes alegrias
Te quero ao meu lado como o mais intenso desejo
Debaixo da figueira em sinfonia num dia de sol

Formar contigo um corpo só, sem pressa
Dividir contigo os meus medos e anseios
Desvendar os teus segredos, e te tornar o meu

Quero agora mais do que nunca tua boca perto da minha
Tua mão escorregando em cada desconhecido meu,
Quero o calor aquecendo o meu sono
E te quero como um pecado, sempre.

Relembrando

   Buenas, esta crônica foi postada pela primeira vez em outubro de 2010, e hoje decidi coloca-lá novamente, para tentar fazer uma pequena e singela homenagem, a uma pessoa que amo muito. Na ultima semana minha avó, foi hospitalizada com uma pequena infecção nos pulmões, e hoje está na UTI do Hospital São Francisco de Paula (Pelotas), sendo monitorada por excelentes médicos. Sei que as coisas não estão fáceis, mas acredito na vontade dela de ficar boa.

ANTIGAMENTE

Hoje, diferente dos outros dias, me peguei lembrando da infância, mas aquelas lembranças enroladas com saudade. O tempo amanheceu feio, escuro, quase chovendo, e eu lembrei das inúmeras tardes que minha responsabilidade era apenas estudar. Todos os dias de chuva, com charme e denguinho, fazendo um beicinho pra mãe ou pro pai, eu conseguia inverter as situações e faltar a aula. E a programação era certa. Bolo e pipoca na casa da vó,  filmezinho com a mãe, ou passei para ver o ‘grande’ movimento na praia com o pai. Naquele tempo, eu ainda era filha única, e todos os carinhos eram reservados a princesinha da casa.
Me permiti perceber o quanto incrível são essas sensações, e o quanto nós não valorizamos estas atitudes, estes tempos e momentos dedicados a nós, com o maior  e mais verdadeiro amor. Depois que a gente ‘cresce’, a gente percebe que falta faz um carinho assim. A gente percebe o quão diferente seria se pudéssemos nos desligar do trabalho, da vida pessoal, da escola, pra repetir estes momentos. Percebemos a importância que tem nas nossas vidas cada gesto e cada atitude. A vó que mora longe, a outra vó que já não pode se dedicar só pra gente, os vôs que nos deixaram e que nos guiam lá do céu. A mãe e o pai, que tem mais duas mocinhas na volta, pra dedicar todas estas coisas também.
           Agora nos resta recordar e preservar estas lembranças, pois um dia vai ser a nossa vez de repeti-las, com os filhos, os netos ou os sobrinhos. Vale hoje, manter em nossos pensamentos, que todas estas lembranças se incluem no nosso crescimento, no amadurecimento pessoal de cada um. Foi o bolinho de chuva, foi o café com leite condensado, foi a ‘cueca’ frita.. Foi um carinho, e é o amor!