A Moça da Janela Ao Lado V


Hoje, nós dois somos muito mais do que antes. Somos uma boa companhia, um amigo incomparável, um sentimento indefinível. E daquela janela, onde tudo começou, ela já olha, e até acena para mim. E eu, meio maluco como sempre, fico como um louco varrido, encantando com aquele sorriso encantador. Aquela alma pura, aguardando todo aquele carinho e felicidade que só ela sabe me dar.
Uma história que começou com um medo covarde e hoje se enrosca por entre aquelas delicadas tranças. Um perfume que antes nem se quer existia, hoje faz falta se não é sentido. Um beijo, e um outro beijo que jamais  se imaginou receber, nos acorda no meio da noite, com saudade e um aperto indecifrável no coração.
Eu sonhei certo dia, ao olhar uma moça em uma janela de um prédio ao lado do meu. Sonhei com ela, em falar com ela, em ter ela, não apenas nos meus sonhos, linda e fantástica como sempre, todos os dias, só para mim. E no vai e vem de simpáticas conversas, as realidades foram mudando,  e eu fui finalmente conquistando aquela ‘moça’.
Comecei a transformar todos os sentimentos em contos, tudo tudo eu contava de uma forma diferente, mas importante. E quanto mais as coisas iam dando certo na minha vida e no meu coração, eu escrevia, e escrevendo tudo continuava acontecendo e acontecendo eu criando expectativas. Tudo que eu colocasse naquele conto em um dia, poderia acontecer no outro, mas não por que o destino quis que acontecesse, e sim, porque eu, tentava de todas as formas realizar.
Mas pensando bem, não quero isto, me tornar dependente de uma folha e uma caneta, as quais são responsáveis por minhas malucas imaginações. Eu quero inventar e reinventar esta história., sem que hajam diretores ou um roteiro a seguir. Uma grande história de amor nunca acaba, nem mesmo quando os autores abrem mão de sonhar e deixam que as coisas aconteçam sem que ninguém invente ou sonhe. Eu meu tornei capaz de sonhar, de fantasiar e de criar. Eu sonhei, fantasiei e criei essa nossa história.
E a moça daquela janela, vai continuar lá, encantando a todos que passam, a todos que tem privilégio de conhecê-la. Ela é minha, e vai ser minha até que meus sonhos não sejam mais capazes de recriá-la. Hoje eu sou o poeta dos meus próprios amores, um dia quem sabe eu não serei nada mais nada menos que o personagem principal destas histórias que criei.

Emanuelle Freitas