O sol das 7 agora bate em meu rosto, que descansa ao ler um livro, depois de um longo dia a procura de história e passado. A minha frente, seis mulheres cuidam das crianças, que ao longe brincam no balanço e com um arco e flecha, feito pelos índios aqui de São Miguel.
Mais cedo, estivemos desbravando um templo sagrado que nem os anos e o mal cuidado dos homens conseguiram destruir, e ao caminhar e conhecer aquelas ruínas senti sem sentir um arrepio arrebatador. Pude ouvir a batida do sino, mesmo não estando mais lá, na torre alta a direita daquela ruína. E a magia do lugar com tanta vida, se fazia presente a cada vez que eu fechava meus olhos. Mais a frente uma das 4 cruzes de Malta, pertencentes a um, dos 7 povos existentes. A guia Sú, conta-nos coisas que estamos cansados de saber, e o diferente no passeio é que desta vez temos o privilégio de sentir a emoção de estar lá, pois estamos lá.
Lembrei da noite em que estávamos em viagem, dos lugares diferentes onde passamos, do Tiago e do Vitor me contando sobre os homenzinhos ‘verdes’ que iriam me assombrar, o colo que dei pro Tiago dormir, e o soninho infantil dele, as inúmeras que passamos por aquela balança em Cruz Alta.
Seu Agenor, acaba de passar por mim, ri junto as pessoas dizendo que mesmo em uma viagem de descanso eu tenho tempo para ler e escrever. E um sorriso tímido porem satisfeito sai do meu rosto sem que eu perceba. Quase fui atingida por uma flecha, a dona ‘Hanna’, quer que eu saia a duelar com ela, crianças!
Agora, tento escrever algo sobre o Caaró, um lugar lindo, cercado de arvores e plantações, e também abençoado por uma fonte, com água sagrada. Passamos rápido por lá, um lugar sagrado que fez cada um reforçar sua fé.
Santo Ângelo, foi nosso primeiro destino, uma cidade encantadora, com cerca de 70 mil habitantes na zona urbana e 20 mil na zona rural. A catedral, o museu, os arcos, a fonte da purificação, e um casamento muito estranho que aconteceu enquanto estavamos por lá. Com pontos turísticos deslumbrantes e um povo super educado. A felicidade sempre toma conta de mim, quando me faço presente em outro lugar, que não seja o que eu de costume estou. Amo viajar, e amo conhecer gente, aprender culturas, escutar histórias.
Conheci também o seu Jovenil, um senhor que era do telégrafo, e que nos contou exatamente tudo, detalhe por detalhe que ele fazia na época. Uma simpatia, e com uma paciência elogiável com as crianças. Visitamos lá em Santo Ângelo também o Memorial da Coluna Prestes, a Maria Fumaça, uma escultura em homenagem ao índio e principalmente em homenagem ao Sepé.
Chega enfim, o tão esperado momento, o espetáculo de som e luz, tão desejado e elogiado vai começar. As pessoas formam uma imensa fila a espera de ingresso, que é vendido minutos antes do espetáculo, depois conforme adquirem formam outra imensa fila, para entrar e se posicionar em um lugar confortável para assistir. Eu e a tia Lidia saímos correndo na frente de todo mundo, como naquele tempo em que ela me deu aula e a gente corria nas gincanas da escola. Lá estamos nós ansiosos, e a escuridão é iluminada e agraciada apenas pela lua que parece estar cada vez mais perto de nós, as estrelas estão juntas também e alguns misteriosos elementos invadem o céu. O espetáculo começa, e tudo parece tão real, o som, as luzes, o diálogo entre as ruínas e a terra, o amor da tribo por Sepe. A batalha no Caiboaté,a coragem daqueles homens. E a luz caminha conforme a situação, o som aparece de acordo com o momento. A minha viagem não acaba aqui, isso é um começo, dos sonhos e poemas que eu vou escrever. CARPE DIEM.
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