Há sempre um olhar, para uma palavra não dita.

Boneca de Porcelana

Sentada em uma cadeira
Bem pertinho da janela
A boneca de porcelana
Buscava os seus segredos

Perdidos em alguma montanha
Ou em um vale qualquer
Aos poucos ela encontrava
Os desejos de mulher

A porcelana quebrava
Conforme os sonhos cresciam
E a boneca se transformava
Nas formas dos seus pedidos

Mas ai, vem a pergunta -
De onde tirar a coragem? –
Por ser boneca, se protegia
Com mistérios de fantasia

A porcelana enfim se quebra
Desvendando os desejos
Mais secretos que os piratas
Que loucos, vagam pelos mares

A boneca já não era mais brinquedo
E nem mistérios para as lojas que viveu
Seu futuro, pertencia aos seus sonhos.
E aos beijos, que ainda não deu.

P.S história da boneca,

que preferiu trocar lojas de brinquedos

por sonhos mais reais. Virou humana,

e nunca mais uma será uma boneca...

Emanuelle Freitas