fechava meus olhos e o silêncio daquele lugar,
me proporcionava escutar coisas mágicas.
Podia ouvir a melodia de cada instrumento sendo afinada,
a emoção da platéia eufórica com as apresentações,
o constante bater de um coração,
que fora apresentado ao amor pela primeira vez.
Caminhei por entre as peças do ‘galpão’,
sentindo o calor dos músicos de coração apertado,
com a ansiedade lhes saltando pelas beiradas.
O silêncio de quem avalia quem sobe ao palco,
e deles também a emoção de lembrar que um dia estiveram lá.
Lembrei de como me sentia naqueles dias,
Aqueles dias que torcia para que não acabassem.
Lembrei das vezes que recontei a numeração das cadeiras,
das vezes que subi e desci aquelas escadas.
Recordei minha felicidade ao ver grandes amigos serem premiados,
e finalmente reconhecidos.
A minha emoção de ouvir cada concorrente,
de ver a cumplicidade daquela gente toda por de traz das cortinas.
Lembrei de como gosto de sentir toda esta emoção,
de como me realizo em 'amanhecer trabalhando' pelo Reponte,
Trabalhando pela nossa cultura, colaborando de alguma forma,
No crescimento deste tão importante festival.
Lembrei do meu sorriso e também das minhas lágrimas,
quando me dei por conta de que tudo havia chegado ao fim.
Do meu sorriso de realização em saber que tudo que sonhamos havia se concretizado;
E minhas lágrimas, por lembrar que para viver todos aqueles momentos,
que considerei únicos, deveria esperar o próximo ano.
Senti exatamente a mesma emoção, do momento em que percebi,
mais uma vez, o grande presente que recebia com esta experiência.
O que aprendi, o que vivi, e o que senti, é incomparável.
Pois são experiências, palavras e atitudes, que mesmo que o mundo inteiro acabe,
Continuaram comigo, em um lugar muito importante, além desta vida!
Emanuelle Freitas