sexta-feira, 5 de novembro de 2010

'meu ser PoeTa..


A folha e a caneta.
E os então se fecham.
A imaginação enfim flui.
Um sonho, um passado, uma fantasia.

Das letras saem palavras, dos desejos saem versos
Poemas, ou quase nada.
O borrado não é mais o que seria.
E o papel se perde entre os rascunhos jogados ao chão.
 
Ele era um desses andarilhos,
Dados como loucos, rumando sem direção
Uma alma perdida num universo desconhecido
Um amante, um louco, feliz.

O poeta afasta-se do mundo com asas de um monstro qualquer
Se entorpece em meio as utopias
Viaja junto aos amores, as cores e as flores.
Flutua num infinito longínquo imaginário.

Hoje é quase um super herói,
Regador de castelos, príncipes e dragões
De imagens ou verdades
Um fabricante das próprias realizações

Pobre poeta, quer deixar a vida pra trás
Um louco e bandido coração machucou
Mas me digam o que seriam de nós poetas
Vivendo sem perigo, verdade ou amor?

Somos a figura de um ser extinto
E a fulminante verdade dos dias
Não seremos jamais iguais a vocês
Nunca seremos reais,
Somos apenas um breve resumo de uma criatura,
Inventada um dia, por outros doidos poetas!

Emanuelle Freitas

Um comentário:

  1. OI, te trago alguma coisa de Clarice Lispector para claricearmos...
    "O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós.
    - A maçã no escuro - página 245, Clarice Lispector - Paz e Terra, 1978 - 257 páginas
    "(...) Que medo alegre/ o de te esperar (...)
    - CL, [Estrela Perigosa]
    Leia também, PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM...

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