terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A Espera que O Tempo Não Entende

Um leve sopro lhe chegou ao corpo, um vento quente porém gelado, lembrando o outono e seu clima misterioso. Algo lhe chegara aos ouvidos e ao coração junto com este vento. Um sinal, um aviso, quem sabe o que poderia ser? O vento lhe trouxe sinais, recados e promessas. Sinais de alguém retornando pro seu coração, recados de alguém que um dia ela amou com toda a sua vontade, promessas que aquele coração já não acredita mais, pois sabe que foram feitas outras vezes e não foram cumpridas, mas mesmo assim ainda tem um pouco de confiança. Mesmo sabendo disto, saiu para se arrumar, deveria estar bonita para espera-lo, perfume, cabelos bem penteados, a melhor roupa. Ele vinha de longe, esteve lá servindo à própria verdade. Ela foi para a cadeira de balanço, que ficava no jardim, em frente a bela casa, que havia construído conforme sonhara. A espera durava duas décadas, tempo que infelizmente a deixou ali, intacta a vida, aos desejos. Não tivera filhos, e isso magoava seu coração. Ele prometera viajar com ela após o retorno. Ela esperava também com as malas prontas, não poderiam mais perder tempo, guardava para ele uma mocidade que ela não encontrava mais todos os dias nela mesma. O sol dormiu, a cadeira parou de balançar, e ela ficou ali, sem dormir, a sorrir, o esperando, mais uma vez.


 Ela havia prometido que esperaria o tempo necessário para reencontrá-lo, 
ele acreditou no ela lhe disse.
Os dois apenas se amavam em sorrisos e em sonhos.
O reencontro aconteceu, quando menos esperavam, ela não sabia que encontraria
 a pessoa que ela tanto amou. 


Emanuelle Freitas
para  S. R.

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