sexta-feira, 13 de maio de 2011

Lagoa

O silêncio do começo da manhã estava presente comigo em cada passo, a cerração inundava aquela lagoa de magia. Fantasmas, marinheiros e pescadores perdidos na solidão de mais uma madrugada, sem abrigo e sem nenhum refugio para o amor. Cada lugar ali era composto de sentimentos, lembranças que outrora foram ou ainda são inesquecíveis. Fazia frio, um vento soprava e balançava meus cabelos, o tempo não sabia o que seria dele ainda, confuso estava. Na folha amarelada que guardei um dia, para nela escrever o mais lindo poema, delicados pingos caiam da arvora que confortava meus pensamentos. Eu estava ali, e nem o canto dos pássaros poderia atrapalhar o meu silêncio. O momento que era tão meu, mas que havia deixado de ser a tanto tempo. Redescobri então os meus temores, e transformei-os em sonhos, a serem plenamente realizados. A lagoa cantava em silencio os meus desejos e preenchia meu coração com alegria. O mistério daquela manhã ficou gravada na minha alma, como promessa de solução. Perfeitamente compreendi que quando meu coração sufoca e pede socorro o lugar mais certo e mais preciso para me socorrer, é o esconderijo, ao lado da pedra, de baixo de uma árvore, em frente a lagoa, num dia frio, onde todos os seres existentes ali, irão me tocar lentamente para tirar qualquer dor. 

Emanuelle Freitas

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