quarta-feira, 4 de maio de 2011

O Segredo da Calçada

Ela usava sapatos vermelhos envernizados
E seus passos marcavam delicadamente o chão
Procurava pelas vitrines o borralheiro perfeito ou sei lá o que
De um futuro indefinido, e não tanto sonhado, como qualquer outro tempo


Desejava ser rainha dos feitiços secretos
A louca mulher, de mistérios invencíveis
Com doçura no olhar, e fogo em seus desejos
Com sorriso, que sem querer, causa arrepios


As buzinas dos carros eram enlouquecedoras
Se misturavam as musicas de propaganda
Calçadas inundadas de gente, de povo
E ela seguia sorrindo, sem direção


Na bolsa carrega velhas frescuras e amarelos poemas
Versos que a inspiram a loucas e delirantes paixões
Pensamentos envolvidos em quase nada
De um desejo incerto, na onda que afoga


E sem saber onde vai e quem procura
Segue firme cada passo, cada degrau e cada sentido
Sem ousar imaginar, e sem querer sonhar, mais uma vez
No indeciso e preocupante amor no coração. 


Emanuelle Freitas

Um comentário:

  1. ..olá! Bom dia! Andei navegando pelo blog! Meus parabéns pelos belos textos! Bem articulados! Gostei!
    Boa sexta!

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